Michael Jackson sempre me pareceu um daqueles seres do outro mundo. Ele cantava, dançava, vivia e sorria como ninguém. As suas canções eram alegres e profundas, a sua dança vive e cheia de luz, a sua faceta humanitária envergonhava o Poder e o seu sorriso, algo tocado por Deus. Nos meus pensamentos mais secretos, quando o via a dançar, costumava pensar, “Meu Deus, mas que lindo rabo que este rapaz tem… é indecente ter um rabo assim!”.
Quem me conhece, sabe que trabalho na Banca e uma rica tarde de Setembro, estava eu muito sossegada a tentar resolver umas estatísticas quando o Sr. Fernando, o segurança da portaria me telefonou, “D. Ana Duarte, tenho uma visita para si! A pessoa pede-me para não ser anunciada e diz que é uma surpresa. Vai descer?”. Meti-me no elevador e vim por aí abaixo, tentando descobrir o propósito da brincadeira. Chegando ao hall encontrei o meu velho amigo Jorge, engenheiro de som, trabalhava com quase todos os nomes sonantes do espectáculo e vivia entre o Canadá e os EUA há alguns anos… desfeita a surpresa eis que me estende um envelope com o símbolo de uma marca de bebida. Abri, eram dois bilhetes para a Dangerous Tour do Michael Jackson… olhei para ele, “Jorge, meu velho, para que raio quero eu dois bilhetes para o Michael Jackson???” e o Jorge, “Ana, minha querida, para veres aquele que é o maior entertainer de todos os tempos e para apreciares um bom espectáculo, para veres homem bom e para, sei lá, achei que ias gostar!”. Voltei a olhar os papelinhos mágicos ali, nas minhas mãos, entretanto o Jorge viu as horas, “Bem, fica sabendo que há por aí muita menina capaz de matar por esses papelinhos que aí tens. Vais ver que não vais arrepender-te, no dia 26, eu estou á tua espera, conto contigo. Depois vou ter contigo ao lugar. Adoro-te!” e beijando-me, saiu porta fora. Pensei com os meus botões, “Vá lá, sempre deve dar para ver aquele rabiosque ao vivo…” . Andei uma semana a pensar no que fazer, ir a Alvalade, não ir a Alvalade, eis a questão… convidei um amigo e lá fui. Depois foi tudo aquilo que já se falou e escreveu. Um Michael cheio de força e garra como eu nunca vira, aquele pose e o tirar dos óculos, aquele modo de dançar que enlouquece até uma santa, aquele gesto da mão descendo até onde, bem, vocês sabem. Depois aquela voz tão doce que nunca mais ouvi igual e aquele sorriso, aquela crença em “make a better world!

Depois dessa noite em Alvalade, os anos foram correndo e eu seguindo de longe Michael Jackson. Minha mãe, fã incondicional sempre se recusara a acreditar em todas as baboseiras que se diziam sobre ele e aos poucos fui-me convencendo que a minha mãe não podia estar errada a respeito de Michael, aliás, as Mães nunca se enganam! Estava com a minha filha nos Açores, na noite em que recebi pelo meu velho amigo Jorge, a notícia da “partida” do Michael. E todo o mar das ilhas se juntou nos meus olhos. Quando voltei a Lisboa, comprei toda a obra possível de Michael Jackson que até aí nunca sentira necessidade de adquirir e colei um poster lindo dele no quanto da minha filha. agora que ele partira, tinha uma saudade enorme, uma necessidade de guardar em mim, aquela voz, aquele sorriso e aquele fantástico rabiosque que ainda hoje me tira do sério… e é rara a vez que eu oiça Michael e que uma lágrima teimosa não role pelo meu rosto.
Hoje posso dizer que ver e conhecer Michael Jackson, fez de mim, uma pessoa melhor e mudou a minha vida! Para sempre!
Ana Duarte
Portugal |
Comentários
Como um simples sim ou não pode mudar para sempre a nossa vida e a nossa forma de pensar em relação a alguem que de forma diferente tocou milhões.
Beijo
Brincadeirinha! !!
Mas essa foto foi mesmo registada em Alvalade.
Um beijinho para ti!
Lia
Até, me surpreedeu. . .quando eu julgava que a Ana se tinha rendido ao grande artista que esteve em palco. . .foi-se lembrar novamente da parte menos importante do Michael Jackson
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